Brincar na Rua ou em Frente a um Ecrã?
Na minha opinião profissional, considero
que de facto se torna mais saudável brincar na rua mas é sobretudo mais
saudável brincar com o outro, quer seja com os pais, com os irmãos ou com os
pares. Ao longo do
desenvolvimento, o papel dos pais deverá ser o de
estimular a brincadeira na criança, mostrar-lhes que o jogo, o movimento, o
desenho ou até a leitura, podem ser tão divertidos como um computador ou a
televisão.
O jogo e a brincadeira ao ar livre contribuem para o
cansaço saudável que as crianças precisam para, depois de um banho e
do jantar, estarem prontas a adormecer e dormirem um sono de qualidade. Além
disso, permitem uma redução das tensões
e do stress, aumentam a boa disposição e evitam a obesidade infantil.
O
ficar em casa a brincar com um computador, telemóvel ou tablet irá diminuir o
tempo dedicado à prática do desporto e ás interações sociais, o que interfere
com o desenvolvimento de amizades com outras crianças, bem como irá interferir
no diálogo e na comunicação familiar pois cada vez mais podemos assistir a que
cada um dos membros da família passa o seu serão cada um no seu telemóvel.
Além disso, e mais preocupante, é o tipo de conteúdos de que estamos a falar, pois infelizmente a maior parte do tempo que as crianças passam em frente a um ecrã é para assistirem a programas desadequados às suas necessidades de desenvolvimento. São vários os estudos que demonstram que os programas de televisão e os jogos de computador violentos promovem o comportamento agressivo entre as crianças, que tendem a reproduzir e aprender novas formas de agressão quando as observam em personagens violentas na televisão e em jogos de computador.
Além disso, e mais preocupante, é o tipo de conteúdos de que estamos a falar, pois infelizmente a maior parte do tempo que as crianças passam em frente a um ecrã é para assistirem a programas desadequados às suas necessidades de desenvolvimento. São vários os estudos que demonstram que os programas de televisão e os jogos de computador violentos promovem o comportamento agressivo entre as crianças, que tendem a reproduzir e aprender novas formas de agressão quando as observam em personagens violentas na televisão e em jogos de computador.
Mas como em tudo, o essencial é haver
equilíbrio e não sermos fundamentalistas!
Brincar
com os telemóveis também tem as suas vantagens, desde que a sua utilização seja
moderada e a seleção do tipo de programas for adequada à idade da criança.
O acesso a este tipo de tecnologias permite promover algumas competências ao
nível da inteligência visual, tais como a capacidade de ler e reconhecer
imagens, mas essencialmente dar a possibilidade de assistir a um mundo de
acontecimentos e ideias que de outro modo podiam não estar acessíveis: estamos
a falar de concertos, espetáculos como o teatro e outros eventos artísticos;
podem conhecer vários países e cidades e os seus monumentos; podem observar
como os outros resolvem os seus problemas pessoais e lidam com questões
difíceis e sobretudo que existem muitas realidades diferentes das suas (por
exemplo, a pobreza, a velhice).
De uma forma geral, os jogos de computador e os programas de televisão podem proporcionar importantes experiências de aprendizagem para as crianças. O importante é mesmo controlar o que os seus filhos veem e quanto tempo estão em frente ao ecrã. Ajudá-los os a encontrar um equilíbrio entre essas atividades e as outras, que envolvam interação social e formação de amizades, o desporto e a leitura.
Se
tem dificuldades em gerir o tempo que o seu filho passa em frente a um ecrã, se
considera que esse tempo está a interferir com a vossa qualidade de vida,
nomeadamente ao nível ao sono, rendimento escolar e relações familiares, não
hesite em procurar ajuda. Juntos, vamos conseguir encontrar o caminho!
Entrevista
cedida por Dra.ª Sara Loios, Psicóloga Clínica e
Familiar, para a Rádio Renascença no Dia Internacional do Brincar
28 de Maio
de 2019